Entre 2010 e 2018, a região da Amazônia Sul-Ocidental, que compreende os estados do Acre, Rondônia e sul do Amazonas, além de partes da Bolívia e do Peru, viveu uma série de estiagens classificadas como a sétima mais grave de todo o planeta.
Do Observatório Socioabiental do Acre —
O relatório reunido em artigo foi publicado pela revista científica Science, que destacou que durante o período, foram registradas grandes incidências de incêndios florestais e a redução do volume de rios importantes para a região amazônica. O local teve um aumento de 2.000% em áreas afetadas pelas megassecas.
O estudo, que analisou dados de 1980 a 2018, identificou mais de 13 mil eventos relacionados as secas prolongadas em todo o mundo, e o Brasil aparece em duas das 10 regiões que mais têm sido atingidas, em um períodos de dois ou mais anos consecutivos de escassez de água, em que além da Amazônia, está o bioma do Pantanal, que conhecido pela sua abundância hídrica pantanosa, teve uma redução de cobertura de água de 61% em 2023.
O fenômeno complexo da seca é caracterizado por uma combinação de fatores, incluindo o desmatamento, que reduz a capacidade das florestas de absorver água, assim como as queimadas e as mudanças climáticas. Os impactos da problemática causam a dificuldade de o à água potável. Com base no Índice Integrado de Seca (IIS), do sistema do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em 2024 a seca atingiu 69% dos municípios da Amazônia, entre janeiro e junho.
No primeiro semestre do ano ado, municípios do Acre como Tarauacá, Feijó, Santa Rosa do Purus, Rodrigues Alvez e Mâncio Lima estiveram entre as cidades do país em seca severa. Sena Madureira, Cruzeiro do Sul, Manoel Urbano e Assis Brasil tiveram seca moderada.
Já em setembro de 2024, a capital do estado acreano atingiu uma seca histórica, com o nível do Rio Acre, um dos principais mananciais da região, chegando a 1,23 metro. A marca se tornou a menor em mais de meio século na capital, com o afluente abaixo de 4 metros por mais de 3 meses.
A combinação de altas temperaturas, chuvas abaixo da média histórica, na sequência de um ano extremamente seco trouxeram os prognósticos mais pessimistas para a localidade, o que confirmam os resultados do estudo. Além de imagens que rodaram o país, da gravidade da situação.