Os aposentados e pensionistas do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) que tiveram descontos ilegais vão receber os respectivos ressarcimentos diretamente na conta em que recebem os benefícios mensalmente, afirmou o presidente do órgão, Gilberto Waller Júnior.
O que aconteceu
Waller garantiu que as devoluções ocorrerão automaticamente. Em entrevista ao Jornal da CBN, o presidente do INSS afirmou que os ressarcimentos serão “desburocratizados” e vão ocorrer diretamente no sistema de pagamentos do instituto.
Na mesma conta que ele [segurado] recebe o seu benefício previdenciário, vai ser depositado [o dinheiro].
– Gilberto Waller Júnior, presidente do INSS
Pagamento será feito na chamada folha suplementar. A modalidade é utilizada para o pagamento de complementos à folha de pagamento tradicional. “Uma das coisas que já foi definida é que eventual ressarcimento seja da instituição. Nada de PIX, nada de depósito em conta e nada de sacar em banco”, garantiu Waller.
Ele voltou a reforçar o compromisso de Lula com as devoluções. Waller destacou que o INSS vai atender ao pedido do presidente da República para os ressarcimentos ocorrerem de maneira simples. “Tem que ser algo que não demande a ele novos trabalhos, não demande enfrentar uma fila”, disse.
Ontem, Waller disse que a devolução a partir de bens dos golpistas é aposta inicial. Ele afirmou que as apreensões darão origem aos ressarcimentos. “Prioritariamente vamos buscar de quem enriqueceu. Depois, caso o dinheiro não for suficiente, vamos buscar outras fontes para cobrir essa situação encontrada”, destacou em entrevista à GloboNews.
Ajuda de recursos dos cofres públicos para os pagamentos não está descartada. “Não dá para garantir [que Tesouro ficará de fora]”, afirmou Waller sobre a devolução de recursos a todos os beneficiários que tiveram descontos irregulares entre 2019 e 2024, reveladas pela Operação Sem Desconto, deflagrada pela PF (Polícia Federal) e pela CGU (Controladoria-Geral da União).
Escândalo no INSS
Ação da PF e da CGU identificou fraude bilionária. Deflagrada no dia 23 de abril, a Operação Sem Desconto resultou no afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. A ação mirou cobranças não autorizadas de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Também foram cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e realizado o sequestro de bens no valor de mais de R$ 1 bilhão.