“Na vida, a gente quer ensinar para o filho tudo que aprendemos, desejando poupá-lo das nossas dores e guiá-lo por caminhos mais leves.” A sensibilidade desta reflexão ecoa profundamente no coração materno das servidoras do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) neste Dia das Mães. Histórias diversas, trajetórias únicas e desafios superados se entrelaçam na complexa e bela jornada da maternidade, em meio ao cotidiano no Poder Judiciário.
Cada uma dessas mulheres carrega consigo a força e a doçura de ser mãe, conciliando as responsabilidades profissionais com o amor incondicional e a dedicação aos seus filhos, em um equilíbrio constante e inspirador, que tem no ator de cuidar, a sua maior missão.
No decorrer dos desafios de ser mãe e continuar na ativa trabalhando no setor jurídico, a Diretora Regional do Vale do Alto Acre (Drvac), Ana Paula Viana Carrilho, relatou como está sendo a experiência em vivenciar esse momento. Inclusive, o processo de descobrir que estava grávida e contar para os colegas de trabalho foi algo que trouxe muito receio e nervosismo para ela, principalmente por exercer um cargo de chefia e se preocupar com a interpretação e repercussão que isso iria causar no ambiente.
“Primeiro eu procurei contar para os meus chefes imediatos, foram as primeiras pessoas para quem eu relatei e tive mais receio, porém para minha surpresa foram as pessoas que mais me acolheram. Então assim, foi muito bom saber que dentro do tribunal eu tive essa receptividade, esse acolhimento, porque na fase inicial da gestação, há muito receio, os três primeiros meses é o período mais crítico, e eu contei justamente nessa época, que foi quando eu descobri”, conta.
Ana também enfatiza que a rede de apoio no trabalho tem sido muito importante durante esse momento tão especial. Segundo ela, o sentimento experienciado é o de acolhimento e cuidado pelos colegas, sejam dos servidores da casa, como também de outros colaboradores que trabalham na Drvac.
“Ver que as pessoas se preocupam, me entendem nesse período é muito importante até para ter uma tranquilidade no ambiente de trabalho. Então, tem sido um ambiente muito amável, muito afável comigo até então, eu já disse até para eles que estão me deixando mal acostumada”, disse.
Apesar de soar como algo clichê, o fato de quando se torna mãe a mulher desenvolve o maior amor que pode sentir na vida, a diretora declara que é apenas vivendo a experiência que a certeza sobre isso se concretiza: “é muito estranho você já amar, cuidar, zelar e se preocupar tanto com uma pessoa que você ainda nem conhece, você só sente e sabe que existe. Então pra mim essa foi a maior surpresa da maternidade”, relata.
A diretora também falou sobre os valores que deseja ar para sua filha. “Não há uma receita de bolo, uma forma certa de fazer, mas o que pretendo ar para a Mariana (nome escolhido para a primogênita) é tudo que me moldou e que acredito que deu certo – os valores do trabalho, das pessoas nas nossas vidas, que ela pode ser quem ela quiser na vida se ela tiver tiver determinação, disciplina , foco e respeito às pessoas”, declara.
Justiça em Família
Uma trajetória seguida com orgulho, profissionalismo e muito amor é o que permeia a história da juíza de Direito, Lilian Deise e sua filha Ana Luiza, que é analista jurídica e trabalha em conjunto com a mãe no TJAC.
Para a juíza Lilian, a felicidade em ver a filha tomando posse no Judiciário foi inesquecível. Ela relembra o momento com grande emoção. “Tenho muito orgulho dela, lembro que foi uma emoção muito grande o dia em que ela tomou posse no Tribunal, não apenas para mim, mas para toda a família”.
A magistrada conta que a oportunidade de ter a filha trabalhando no Judiciário acreano é uma experiência maravilhosa, visto que o Tribunal acaba se tornando um local que estende os laços entre as duas. “É maravilhoso, porque ela tem muito o a mim para tirar dúvidas, sem nenhuma barreira. Apesar de não trabalharmos no mesmo setor, mas é ao lado! Além de que a gente pode se ver todo dia, porque ela vem aqui no meu gabinete, nem que seja cinco minutinhos”, conta.
Ana Luiza também relatou como é a experiência de ter a mãe como também uma colega de trabalho. “Entrei no tribunal há quase 11 anos e trabalhamos no mesmo prédio desde o primeiro dia. Sempre foi muito bom dividir o local de trabalho, porque para nós acabou sendo uma extensão do nosso lar, lá trocamos figurinha tanto de casa, quanto sobre coisas profissionais”, disse.
Como uma forma de espelho para os filhos, a juíza deixa o legado para filha dos bons valores com os cidadãos, a importância da sinceridade e honestidade seja qual for o ambiente. E assim, inspirada pela mãe, Ana Luiza leva alguns valores que aprendeu com ela para além do trabalho.
Tendo o exemplo da mãe de responsabilidade e compromisso com o jurisdicionado é que Ana segue firme em seus os. “Acho muito bonito a forma gentil como ela trata todo mundo, do servidor à parte que ela atende no balcão. Eu aprendi muito com ela sobre isso e procuro sempre aplicar no meu dia a dia no meu setor”, declara.
A analista conta sobre a lembrança mais marcante que tem com a mãe, que poderia ser da área profissional, visto que foi no trabalho, mas que curiosamente tratou-se de um assunto pessoal. “Quando eu decidi casar e sair de casa, eu escolhi contar pra ela no gabinete e não em casa. Até hoje eu lembro do olhinho cheio de lágrima, de quem tava vendo um dos arinhos sair do ninho”, relembra.
Atualmente, ela também é mãe de primeira viagem o que incrementou ainda mais a alegria da família.
