Durante a sessão desta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) fez um pronunciamento incisivo a respeito da crise na saúde pública do Estado. Relatando dois casos recentes de óbitos, o de uma criança de 11 anos em Feijó e o de uma gestante em Cruzeiro do Sul, o parlamentar cobrou providências imediatas e formalizou um requerimento oral à presidência da Casa para que seja realizada uma reunião emergencial com o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC).
“Não podemos normalizar essas mortes. Essa Casa tem uma boa relação com os poderes. Eu peço aqui, senhor presidente, que esta Casa ligue para o chefe do Ministério Público, doutor Danilo Lovisaro, e solicite que ele venha à Aleac ainda hoje, junto com a promotoria responsável pela área da saúde. Nós precisamos de uma conversa olho no olho”, afirmou.
O oposicionista exibiu dois áudios em plenário, nos quais familiares das vítimas relataram a dor e a indignação diante da falta de assistência médica adequada. Em um dos casos, uma criança caiu de bicicleta e teve a panturrilha rasgada por um eixo enferrujado. Mesmo com infecção evidente, a medicação prescrita foi dipirona, e a criança foi liberada para casa. No outro episódio, uma gestante de sete meses teve a bolsa rompida, buscou atendimento diversas vezes, mas não recebeu a atenção devida, vindo a óbito, junto com o bebê.
“Esses dois casos aconteceram em menos de oito dias. Isso não é normal. E nós, enquanto Parlamento, não podemos assistir calados. Não se trata de politizar ou criminalizar profissionais, mas sim de impedir que novas mortes ocorram por negligência. Mães estão morrendo, crianças estão morrendo”, denunciou o deputado.
Edvaldo concluiu pedindo ação imediata por parte do Ministério Público e reforçou que o Legislativo precisa assumir protagonismo diante da gravidade da situação. “A crise está escalonando, e se não agirmos agora, novos óbitos virão. Não podemos permitir que a falta de assistência continue matando o nosso povo sob os nossos olhares”.
O requerimento oral foi acolhido pelo presidente em exercício, deputado Pedro Longo (PDT), e a expectativa é que a reunião com o MPAC ocorra ainda essa semana.