Após um período desafiador em que figurou entre os estados com a maior incidência de dengue no Brasil, o Acre apresentou uma mudança no cenário epidemiológico. Embora tenha deixado a liderança no ranking nacional, os dados mais recentes da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) e do Ministério da Saúde indicam que o estado ainda se mantém entre as unidades da federação com a maior taxa de casos prováveis da doença, exigindo atenção redobrada e a continuidade dos cuidados.
De acordo com o boletim epidemiológico da Sesacre, entre 1º de janeiro e 17 de maio de 2025, o Acre registrou 7.890 casos prováveis de dengue. Este número coloca o estado em uma situação de alta incidência, mesmo não estando mais no primeiro lugar absoluto em número de casos. A taxa de incidência na capital, Rio Branco, por exemplo, é de 851,4 casos por 100 mil habitantes. Em todo o Brasil, até 24 de maio de 2025, foram registrados 1.430.300 casos prováveis de dengue, com o coeficiente nacional de 672,8 casos para cada 100 mil habitantes, o que demonstra que a taxa acreana ainda é superior à média do país.
Até o momento, o estado já contabiliza três mortes confirmadas pela doença em 2025, distribuídas entre os municípios de Cruzeiro do Sul, Rio Branco e Tarauacá. Os sorotipos de dengue identificados em circulação no Acre são o DENV-1 e DENV-2, embora o Brasil registre a circulação simultânea dos quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), o que aumenta o risco de formas mais graves da doença em regiões com múltiplos tipos virais.
No cenário mais atualizado sobre a dengue no Brasil, o estado que lidera o ranking de número absoluto de casos e também o coeficiente de incidência é São Paulo.
Segundo dados do Ministério da Saúde e veículos de imprensa com base em boletins epidemiológicos, São Paulo registra um número expressivo de casos prováveis e uma alta incidência por 100 mil habitantes, superando os demais estados.
Combate Contínuo e Recomendações Essenciais
O cenário atual, mesmo com a saída da liderança, reforça a necessidade de um combate contínuo e eficaz ao Aedes aegypti, mosquito vetor da doença. As condições climáticas da região, com períodos de chuva e calor, são favoráveis à sua proliferação, tornando as ações preventivas ainda mais urgentes.
As autoridades de saúde enfatizam a importância crucial da participação ativa da comunidade na eliminação dos focos do mosquito. Medidas simples, mas de grande impacto, incluem:
Vistoriar e eliminar sistematicamente qualquer recipiente que possa acumular água parada, como pneus, vasos de plantas, garrafas, calhas entupidas e recipientes plásticos.
Manter caixas d’água e reservatórios de água devidamente limpos e bem vedados.
Colocar areia nos vasos de plantas para evitar o acúmulo de água nos pratinhos.
Descartar corretamente o lixo, evitando que materiais recicláveis se tornem potenciais criadouros ao ar livre.
Utilizar telas de proteção em portas e janelas, e aplicar repelente, especialmente em áreas de maior risco ou em horários de maior atividade do mosquito.
Procurar atendimento médico imediatamente ao apresentar sintomas como febre alta, dores de cabeça e no corpo, manchas vermelhas na pele, dor atrás dos olhos, náuseas e vômitos. A hidratação oral ou venosa é fundamental para evitar agravamentos.
A vigilância epidemiológica do Acre segue monitorando a situação em todos os municípios, buscando identificar e intervir rapidamente em novas ocorrências. A expectativa é que o esforço conjunto entre governo, órgãos de saúde e a população possa reduzir ainda mais os índices da doença, protegendo a saúde dos acreanos diante da persistente ameaça da dengue.