A violência contra médicos em estabelecimentos de saúde alcançou um patamar alarmante no Brasil em 2024, com uma média preocupante de 12 profissionais agredidos por dia, o que equivale a um incidente a cada duas horas. O levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM) contabilizou um total de 4.562 boletins de ocorrência (BOs) nas Polícias Civis dos estados e do Distrito Federal, marcando o maior número na série histórica iniciada em 2013.
No Acre, embora o estado não figure entre os líderes nacionais em volume de ocorrências, o cenário local não está isento do problema. Em 2024, foram registrados oito casos de violência contra médicos no território acreano. Esses incidentes, embora em menor número se comparados a estados com grandes centros urbanos, ligam um alerta importante e reforçam a necessidade de atenção e medidas de segurança específicas para os profissionais de saúde que atuam na linha de frente do atendimento à população do estado.
Amazonas Lidera na Região; Tipos de Agressão Preocupam
Na Região Norte, o Amazonas destaca-se negativamente, com uma média de um registro a cada dois dias de médicos vítimas de violência em 2024, totalizando 202 BOs. Isso o posiciona como o sexto estado do País com maior número de ocorrências, um dado que acende o alerta para a região amazônica como um todo.
Os crimes contra médicos não se limitam a um tipo específico de agressão e ocorrem em diversos ambientes de saúde, como hospitais, clínicas, consultórios, unidades básicas de saúde (UBSs), prontos-socorros e laboratórios, tanto na rede pública quanto privada. As ocorrências variam de ameaças e injúrias a lesões corporais, desacato, difamação, furtos e, em casos mais extremos, até homicídios.
Desde 2013, o CFM contabilizou quase 40.000 casos de violência registrados por médicos em todo o país, evidenciando uma escalada contínua e preocupante da hostilidade. A situação exige não apenas medidas de segurança mais eficazes, mas também uma estrutura de acolhimento e apoio psicológico para esses profissionais, que são essenciais para a saúde pública e a qualidade de vida da população. Para o Acre, os oito casos registrados reforçam a urgência de fortalecer as ações de proteção e de garantir que os profissionais de saúde possam exercer suas funções com segurança e dignidade.