Os resultados da Operação Protetor das Divisas e Fronteiras com cães farejadores, do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), são expressivos: de janeiro a maio de 2025, foram apreendidas 12 toneladas de drogas em regiões fronteiriças, o que representa 8,2% do total nacional. Desde o início da força-tarefa, em 2019, essas ações já provocaram prejuízo de mais de R$ 1 bilhão ao crime organizado.
Em 2025, a coordenação-geral de Fronteiras e Amazônia, juntamente com a Diretoria de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), deu início ao Projeto Cão Protetor, uma iniciativa pioneira que visa fortalecer a atividade cinotécnica no País.
O diretor da Diopi, Rodney da Silva, ressalta que o projeto contempla a aquisição de materiais de treinamento, viaturas adaptadas para transporte de cães, além da inédita elaboração do Manual Nacional de Cães Detectores de Drogas e Armas e da criação da Certificação Nacional de Cães Detectores de Drogas.
Essas publicações contribuíram para a padronização e a eficiência do trabalho com binômios (duplas formadas por policiais e cães). “Os resultados da ação evidenciam que, embora menores em número de ocorrências, as operações com cães são responsáveis por apreensões de maior valor estratégico, com foco em grandes carregamentos e ocultações sofisticadas”, explica Rodney da Silva.
De acordo com o diretor, o uso de cães farejadores tem se consolidado como uma estratégia de alto valor agregado, reforçando a importância de manutenção e expansão das unidades cinotécnicas no planejamento das forças de segurança pública.
“Investir na formação de binômios, na infraestrutura de e e em programas de certificação é essencial para garantir a continuidade e o aprimoramento dessa ferramenta de excelência no combate ao tráfico e à criminalidade nas regiões de maior vulnerabilidade do País”, diz Rodney da Silva.
O coordenador-geral de Fronteiras e Amazônia, Ronimar Vargas Jobim, acredita que essa é uma iniciativa inédita no âmbito da Senasp. “A certificação nacional de cães de trabalho policial na especialidade de detecção de drogas e a entrega do respectivo manual nacional de operações com cães de drogas e armas, que elevam a atuação, integração e qualidade das unidades caninas policiais a um patamar nacional.”
Força-tarefa
Desde 2019, o Ministério da Justiça e Segurança Pública vem intensificando o combate aos crimes transnacionais, por meio de uma força-tarefa integrada com os estados brasileiros. Inicialmente nomeada Operação Hórus, a ação foi criada no âmbito do Programa Vigia, coordenado pela Senasp, reunindo 15 unidades da Federação em uma ação conjunta de enfrentamento à criminalidade nas fronteiras e divisas do País. São eles:
* Arco Norte: Amapá (AP), Amazonas (AM), Pará (PA) e Roraima (RR)
* Arco Central: Acre (AC), Mato Grosso (MT), Mato Grosso do Sul (MS) e Rondônia (RO)
* Arco Sul: Paraná (PR), Rio Grande do Sul (RS) e Santa Catarina (SC)
* Arco Divisas: Goiás (GO), Maranhão (MA), Rio Grande do Norte (RN) e Tocantins (TO)
Em 2024, a Operação Hórus foi rebatizada como Operação Protetor das Divisas e Fronteiras. Rodney da Silva observa que, “ao longo desses seis anos, a presença de equipes especializadas, especialmente as de operações com cães, destacou-se como uma ferramenta de alto impacto na repressão ao tráfico de drogas e de armas”.
Programa Protetor
O Programa Nacional de Proteção das Divisas, Fronteiras e Biomas (Protetor) é um conjunto estratégico de ações desenvolvido para assegurar a proteção e preservação das áreas fronteiriças, das divisas estaduais e dos biomas brasileiros. Seu objetivo principal é ampliar e fortalecer as ações de segurança pública nessas áreas, integrando-as com a proteção dos biomas nacionais.