Popular nas redes sociais como método para perda rápida de peso, o jejum prolongado — especialmente quando feito apenas com ingestão de água — pode causar efeitos colaterais significativos e deve ser realizado com cautela. Um estudo publicado na revista científica Molecular Metabolism alerta que a prática exige acompanhamento médico, sobretudo em pessoas com problemas cardíacos ou vasculares.
A pesquisa acompanhou 20 voluntários (11 mulheres e 9 homens) que realizaram jejum hídrico por 10 dias consecutivos. Os resultados indicaram uma perda média de 7,7% do peso corporal, além de redução de 6% na circunferência da cintura. Contudo, os participantes também relataram efeitos adversos como dores de cabeça, insônia e queda na pressão arterial.
Surpreendentemente, ao contrário do que é frequentemente divulgado, o jejum não apresentou efeitos anti-inflamatórios no organismo. Pelo contrário, o estudo observou aumento no número de proteínas pró-inflamatórias no sangue, embora tenha identificado uma redução nos níveis de proteínas beta-amiloides — substâncias associadas ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.
“Nossa hipótese era que o jejum prolongado em água reduziria a inflamação no corpo. No entanto, descobrimos o oposto: o jejum prolongado provoca estresse no organismo e eleva as proteínas pró-inflamatórias no sangue, aumentando o risco de problemas de saúde para quem já possui condições cardíacas ou vasculares”, explicou o pesquisador Fontana.
Diante dos riscos e incertezas, a equipe reforça: qualquer prática de jejum prolongado deve ser feita sob orientação médica e nunca adotada como solução rápida ou sem avaliação clínica.
Fonte: BNEWS