Em um mundo onde mães atípicas enfrentam desafios diários para oferecer o melhor aos seus filhos, nasce uma história de superação, inovação e empreendedorismo com propósito.
A protagonista desta matéria especial é Eloilma Lima, professora, psicopedagoga, empreendedora e mãe de dois filhos autistas. Com uma trajetória marcada pelo enfrentamento diário dos desafios da maternidade atípica, ela decidiu transformar sua experiência pessoal em um projeto que hoje impacta positivamente outras famílias.
Com apoio técnico e estrutural do Sebrae no Acre, ela tirou do papel o Projeto Olhar Azul, uma iniciativa que desenvolve painéis sensoriais e pedagógicos para crianças com autismo. A proposta é simples, mas poderosa, criar ferramentas íveis e funcionais que ajudem na autorregulação e no desenvolvimento de habilidades dessas crianças, tanto no ambiente familiar quanto educacional.
Diagnóstico e iniciativa: o olhar que percebe e transforma
“Eu tenho dois filhos autistas. A Eloá tem 16 anos, é autista com TDAH, e o Eliseu tem 9. Os dois são nível de e 1”, explica Eloilma, com a naturalidade de quem já transformou o diagnóstico em ação.
Por ser da área da educação e atuar como psicopedagoga, ela identificou os sinais cedo e iniciou os acompanhamentos. Mas não parou por aí. Percebeu que faltavam recursos íveis para estimular o desenvolvimento dos filhos em casa, uma realidade enfrentada por muitas famílias.
Foi desse incômodo que nasceu o Projeto Olhar Azul, não apenas como resposta às necessidades dos seus filhos, mas como uma proposta concreta de acolhimento e inclusão para outras crianças autistas.
O encontro com o Sebrae: da ideia à estrutura
Empreendedora há quase 15 anos, Eloilma procurou o Sebrae Acre levando consigo o filho mais novo. Durante o atendimento, percebeu que o espaço reservado para crianças carecia de adaptações para acolher com mais empatia crianças com autismo. Foi então que se identificou como mãe atípica e apresentou a ideia de criar um espaço com painéis desenvolvidos pelo projeto Olhar Azul.
Na ocasião, ela buscou o apoio do Sebrae para estruturar o projeto, aproveitando toda a assessoria técnica disponibilizada pela equipe da entidade. A escuta foi imediata.
“Falei do projeto, mostrei, fizemos reuniões. O Sebrae abriu as portas. Eles disseram: ‘nós podemos lhe ajudar e lhe assessorar’. E foi isso que aconteceu”, lembra.
A instituição ofereceu orientação técnica, espaço para desenvolvimento e e em gestão. O projeto foi analisado e está sendo estruturado. Com a parceria, Eloilma conseguiu transformar o que era uma solução caseira em um produto com potencial de impacto coletivo.
Um que conecta inclusão, aprendizagem e autonomia
O Projeto Olhar Azul tem como principal produto um sensorial portátil, que pode ser usado por crianças em casa, nas escolas, em ambientes terapêuticos e em qualquer lugar que abra as portas para a inclusão. O oferece atividades que estimulam a coordenação motora fina, promovem a autorregulação e favorecem a concentração da criança.
A proposta é adaptável e pode ser fixo, móvel ou de mesa. O mais importante é que a criança tenha autonomia para interagir com o e encontrar nele um instrumento de regulação emocional e aprendizado.
Mais do que um brinquedo, o também serve como ferramenta pedagógica, com foco em inclusão e ibilidade. Seu desenvolvimento foi baseado em observações práticas e nas necessidades reais das crianças autistas.
Impacto social: quando o empreendedorismo é ponte para outras famílias
O diferencial do projeto está em sua motivação. Ele não nasceu com foco no lucro, mas sim na necessidade de gerar impacto social. O apoio do Sebrae foi essencial para que essa missão se tornasse viável economicamente, alcançando mais pessoas e se consolidando como um empreendimento sustentável.
“Esse não é só para mim ou para os meus filhos. É para as demais famílias. O Sebrae me trouxe essa oportunidade de empreender com propósito”, afirma Eloilma.
Ela reforça que o reconhecimento e o e deram força para continuar. “O Sebrae acreditou no meu projeto quando ele ainda era só uma ideia. Eles não apenas me ajudaram a estruturar, mas me ensinaram a acreditar que era possível empreender com sentido. Sou muito grata por isso.”
O papel do Sebrae no Acre: apoio que muda realidades
O Sebrae no Acre tem atuado como facilitador de negócios com impacto social. Por meio de atendimento humanizado e acompanhamento técnico, a instituição tem contribuído para que projetos como o de Eloilma saiam do campo das ideias e se tornem ações concretas.
Mais do que oferecer cursos e consultorias, o Sebrae tem sido ponte entre histórias reais e oportunidades de crescimento, especialmente em segmentos onde a sensibilidade social é essencial, como é o caso da inclusão, tão importante para o povo acreano.
Ao transformar uma vivência familiar em um projeto com alcance coletivo, Eloilma mostra que a maternidade atípica pode, sim, ser motor de inovação social. O Olhar Azul é mais do que um produto. É uma proposta de mundo, onde crianças autistas são vistas, respeitadas e estimuladas de forma adequada.
Por fim, Eloilma deixa uma mensagem para outras mães que desejam transformar a própria vida e o mundo ao seu redor:
“O e do Sebrae foi fundamental, porque me trouxe a oportunidade de empreender, e fazer as ideias saírem do papel para ganhar estrutura e alcançar outras famílias, outras escolas, outros profissionais, outras vidas. Então, nunca desistam dos seus sonhos, porque eles são possíveis. Os nossos filhos são a razão pela qual corremos atrás dos nossos sonhos e dos direitos deles, de estarem inclusos dentro da sociedade como um todo”, finaliza Eloilma.
