O Acre celebra uma importante vitória na luta contra o analfabetismo, com a taxa de pessoas de 14 anos ou mais que não sabem ler e escrever caindo de 12,3% em 2016 para 9,3% em 2024. Esse dado reflete um avanço significativo no estado, acompanhando a tendência de queda em nível nacional.
Em todo o Brasil, o número de pessoas com 15 anos ou mais analfabetas atingiu o menor patamar histórico em 2024, totalizando 9,1 milhões, o que representa uma taxa de 5,3%. Essa marca é resultado de uma redução consistente desde 2016, quando a taxa era de 6,7%. Em comparação com 2023, houve uma diminuição de 0,1 ponto percentual, o que significa que 197 mil brasileiros deixaram a condição de analfabetos no período, conforme dados do módulo anual da PNAD Contínua sobre Educação, divulgados pelo IBGE.
Apesar dos avanços, o desafio da alfabetização ainda se concentra em algumas regiões e faixas etárias. O Nordeste lidera com 55,6% (5,1 milhões) das pessoas analfabetas do país, seguido pelo Sudeste, com 22,5% (2,1 milhões). A associação entre analfabetismo e idade é evidente: em 2024, 5,1 milhões de analfabetos tinham 60 anos ou mais, resultando em uma taxa de 14,9% para esse grupo. À medida que a idade diminui, as taxas caem progressivamente, chegando a 5,3% na população com 15 anos ou mais.
William Kratochwill, analista do IBGE, destaca que “as novas gerações estão tendo maior o à escolarização e sendo alfabetizadas na infância”, o que ressalta a necessidade de políticas específicas para a alfabetização de adultos.
No que tange às questões de gênero e raça, em 2024, a taxa de analfabetismo entre mulheres de 15 anos ou mais foi de 5,0%, ligeiramente menor que a dos homens (5,6%). Houve uma redução de 0,2 ponto percentual para as mulheres em relação a 2023. Já a disparidade racial persiste: enquanto 3,1% das pessoas de cor branca com 15 anos ou mais eram analfabetas, essa taxa saltava para 6,9% entre pessoas pretas ou pardas do mesmo grupo. A diferença é ainda mais acentuada entre os idosos, com 8,1% de analfabetos entre brancos com 60 anos ou mais, contra 21,8% entre pretos ou pardos. Apesar de uma queda de 0,9 p.p. entre pessoas pretas ou pardas com 60 anos ou mais em relação a 2023, o hiato histórico ainda não foi significativamente reduzido.