A ideia de que muitos tem sobre “só um copinho” de cerveja, vinho ou outra bebida alcoólica não fazer mal, pode estar com as horas contadas. Um relatório da Associação Americana do Coração (AHA), publicado em 9 de junho na revista “Circulation”, conclui que os riscos superam os possíveis benefícios.
O consumo excessivo está associado a um maior risco de infarto, AVC, fibrilação atrial e outras doenças cardíacas, os efeitos supostamente “protetores” do consumo leve ou moderado são incertos, e não há evidências suficiente para recomendar o álcool como parte de um estilo de vida saudável.
De acordo com a Associação Americana do Coração (AHA), o consumo de uma ou duas doses de álcool por dia pode parecer neutro ou levemente benéfico, mas os estudos que sugerem isso têm limitações sérias. Já o consumo diário de três ou mais doses está claramente ligado a maior risco cardiovascular.
Nos EUA, 85% dos adultos já consumiram álcool, e mais de 60 milhões relataram episódios recentes de consumo excessivo, hábito que começa muitas vezes na adolescência e persiste até a velhice. Durante a pandemia, houve aumento na frequência e quantidade de consumo.
O relatório define uma dose padrão como 14g de álcool (equivalente a 350 ml de cerveja, 150 ml de vinho ou 45 ml de destilado), mas essa medida varia globalmente, dificultando comparações. Não há consenso internacional sobre recomendações: a OMS afirma que não existe nível seguro, enquanto diretrizes dos EUA item incertezas sobre o consumo moderado.
Em relação à saúde cardiovascular, a ingestão de até duas doses diárias pode não causar grandes impactos na pressão arterial, mas acima disso, há aumento da pressão. Mesmo pequenas quantidades podem elevá-la ao longo do tempo. A relação com infarto e AVC é complexa: moderadas quantidades podem sugerir alguma proteção, mas isso desaparece com o consumo excessivo. Estudos genéticos não mostram benefícios claros. O risco de AVC aumenta com o consumo elevado, assim como o de fibrilação atrial, que pode ocorrer até com baixos níveis de ingestão.
Fonte: BNEWS